Língua Portuguesa

8 comentários:

  1. Elisaângela Aráújo21 de março de 2012 às 21:55

    Os poemas são pássaros que chegam.
    Não se sabe de onde e pousam no livro que lês.
    Quando fechas o livro, eles alçam voo
    Como um alçapão.
    Eles não tem pouso
    Nem porto.
    Alimentam-se um instante em cada
    Par de mãos e partem.
    E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
    No maravilhado espanto de saberes
    Que o alimento deles já está em ti...
    Mário Quintana

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  2. Romantismo
    fragmentos do romance “Senhora”, de José de Alencar. O Tema básico do livro é o casamento por interesse e a discutível moral burguesa, que o apoia e incentiva
    ( I ) Senhora
    “Há anos raiou no céu fluminense uma nova estrela.
    Desde o momento de sua ascensão ninguém lhe disputou o cetro; foi proclamada a rainha dos salões.
    Tornou-se a deusa dos bailes; a musa dos poetas e o ídolo dos noivos em disponibilidade.
    Era rica e formosa. Duas opulências, que se realçam como a flor em vaso de alabastro; dois esplendores que se refletem, como o raio de sol no prisma do diamante.
    (...)
    Aurélia era órfã; tinha em sua companhia uma velha parenta, viúva, D.Firmina Mascarenhas, que sempre a acompanhava na sociedade.
    Mas essa parenta não passava de mãe de encomenda, para condescender com os escrúpulos sociedade brasileira, que naquele tempo não tinha admitido ainda certa emancipação feminina.
    Guardando com a viúva as deferências devidas à idade, a moça não declinava um instante do firme propósito de governar sua casa e dirigir suas ações como entendesse.
    Constava também que Aurélia tinha um tutor; mas essa entidade desconhecida, a julgar pelo caráter da pupila, não devia exercer maior influência em sua vontade do que a velha parenta.
    A convicção geral era que o futuro da moça dependia exclusivamente de suas inclinações ou de seu capricho; e por isso todas as adorações se iam prostrar aos próprios pés do ídolo”.

    (II) – Senhora.
    “-Oh! Ninguém o sabe melhor do que eu, que espécie de amor é esse, que se usa na sociedade e que se compra e vende por uma transação mercantil, chamada casamento!... O outro, aquele que eu sonhei outrora, esse bem sei que não o dá todo o ouro do mundo! Por ele, por um dia, por uma hora dessa bem-aventurança, sacrificaria não só a riqueza, que nada vale, porém minha vida, e creio que minha alma!
    Aurélia, no afogo destas palavras que lhe brotavam do seio agitado, retirara a mão do braço de Seixas; ao terminar voltara-se rapidamente para esconder a veemência do afeto que lhe incendiara o olhar e as faces.”

    “Muita gente Não teria amado se não tivesse lido livros de amor...” (Autor desconhecido)

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  3. Olimpíada de Língua Portuguesa 2012 - Artigo de opinião

    A prospecção de petróleo em Cruzeiro do Sul

    Marta Ferreira do Vale, 2º B

    Cruzeiro do Sul é uma cidade localizada na regional do Juruá, distante aproximadamente 640 km de Rio Branco, capital do estado. Nossa cidade é considerada a capital do Juruá, tem uma população de aproximadamente 76.400 habitantes, sendo um dos mais importantes polos turísticos e econômicos do estado. Não podemos deixar de destacar a hospitalidade do povo e a beleza exuberante do nosso meio ambiente natural. Em fevereiro deste ano, nossa cidade, recebeu uma notícia que vem preocupando grande parte da população, a exploração de petróleo em áreas protegidas, pois há suspeitas de que exista em abundância no Parque Nacional da Serra do Divisor, assim como em outras áreas florestais.
    Sem dúvida, a exploração do petróleo em nossa cidade trará consequências positivas, pois gerará empregos e melhorará a atuação de Cruzeiro do Sul na economia do Estado, mas também causará grandes impactos ambientais e desabrigará muitas famílias indígenas nas áreas onde provavelmente deverá ser feita a exploração. Diante disso, a questão se torna uma polêmica que merece ser discutida pela população local.
    Os que são a favor alegam que a exploração do petróleo poderia gerar grandes oportunidades de emprego e que o Acre poderá ter no futuro recursos para investir na melhoria da qualidade de vida da população, colaborando na educação e saúde, dessa forma o Acre poderia se desenvolver economicamente para chegar a um nível de alguns estados brasileiros, com os benefícios que advirão.
    Os que são contra argumentam que o Acre poderá passar por um processo de turbulência, levando em conta a degradação ambiental que é um dos pontos mais importantes a serem discutidos, pois a maior parte da população se acostumou a viver desde muito tempo utilizando os recursos naturais.
    Do meu ponto de vista, a cidade de Cruzeiro do Sul não tem a infraestrutura suficiente para aderir a tal prática de exploração, pois até agora não se houve falar em projetos de urbanização para que a cidade possa crescer sem gerar problemas sociais. Além disso, a prospecção de petróleo e gás acarretará sérios problemas como, por exemplo, o aumento populacional desenfreado, pois certamente muitas pessoas migrarão para o nosso lugar à procura de emprego. Sabemos que uma urbanização acelerada proveniente de um processo de industrialização sem planejamento pode acarretar consequências sociais graves, como o surgimento de favelas, o aumento da violência, dentre outros. Também enfrentaremos problemas ambientais, pois, certamente, terão que derrubar muitas árvores com o intuito de abrir estradas para o escoamento do produto.
    O artigo 28 do SNUC estabelece que “são proibidas, nas unidades de conservação, quaisquer alterações, atividades ou modalidades de utilização em desacordo com os seus objetivos”. É certo que as autoridades sabem disso, mais pelo modo como as coisas estão indo, não temos certeza se essa lei será respeitada.
    Como está claro, as esperanças de encontrar petróleo estão depositadas no alto Juruá, mas vale lembrar que nessas áreas estão situadas 29 terras indígenas e boa parte das áreas de conservação do Acre, além dos seringais que abrigam populações que vivem do extrativismo e da agricultura. Se houver exploração nesses locais, essas pessoas serão prejudicadas, pois dependem dos recursos naturais para sobreviver.
    Portanto, é certo que a prospecção de petróleo e gás em nossa cidade e regiões adjacentes acarretará um grande desequilíbrio não apenas ambiental, mas também social. Por isso, é preciso que haja conscientização tanto por parte do governo quando das agências de petróleo, pois não podemos aceitar um processo de “desenvolvimento” que prejudicará substancialmente as pessoas que vivem nessas áreas e que necessitam, mais que tudo, da natureza.


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  4. Olimpíada de Língua Portuguesa 2012 - Artigo de opinião

    Igarapé Preto: a privatização é o melhor caminho

    Larissa Costa, 2º “C”

    A cidade de Cruzeiro do Sul está localizada no extremo norte do país, no estado do Acre, distante aproximadamente 640 km da capital Rio Branco. Tem uma população de cerca de 76 mil habitantes, sendo um dos mais importantes polos turísticos e industriais do estado. Um dos principais pontos turísticos da cidade é o Igarapé preto, conhecido pelas suas águas escuras e frias, mas que hoje se encontra em uma situação preocupante devido à constante poluição provocada pelos próprios banhistas.
    O balneário Igarapé Preto, por ser um lugar público e o mais visitado, principalmente, nos finais de semana, está hoje em uma situação precária. Segundo dados divulgados no jornal Juruá Notícias, o índice de lixo no local é muito alto, além de pessoas usarem o próprio igarapé para lavar carros e motos, contribuindo com a poluição de suas águas. O que é um lugar de lazer está virando uma área de risco.
    Há planos para que o Igarapé seja privatizado, mas até agora nada foi feito. Muitas pessoas não aceitam essa ideia, pois alegam que o mesmo é um patrimônio natural dos cidadãos cruzeirenses e, além disso, afirmam que a privatização tiraria o lazer das classes sociais mais baixas, devido ao fato de terem que passar a pagar para entrar no local. Acreditam ainda que tudo pode ser resolvido com campanhas de conscientização. No entanto, sabemos que as campanhas geralmente funcionam a longo prazo e nosso igarapé não suportará esperar até a sociedade realmente se educar, se tornar consciente. Outros vêm na privatização a melhor solução para resolver o problema, pois teríamos pessoas responsáveis para cuidar do local.
    Segundo informações do site Agência de notícias do Acre, com a privatização teremos cerca de 3,7 mil hectares de área de lazer, será construída uma barragem para represar parte do igarapé e urbanizar toda a região no seu contorno, com construções de hotéis, pousadas ecológicas e casas de veraneio. Espero que essas ideias sejam colocadas em prática, pois essas intervenções devem fomentar o turismo ecológico, gerar emprego e ainda criar um atrativo maior para nossa cidade.
    Enfim, o Igarapé preto é um lugar maravilhoso que temos que preservar, para que no futuro ele possa permanecer sempre lotado de turistas. Mas, para que isso aconteça, precisamos que ele seja privatizado e que sejam criadas medidas que viabilizem a preservação do mesmo. Assim, o igarapé será uma área de lazer saudável e segura para os cidadãos cruzeirenses e para todos que vêm visitar o nosso lugar.

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  5. Olimpíada de Língua Portuguesa 2012 - Artigo de opinião

    União e desemprego

    Vanessa Rocha Ferreira, 2º “A”

    Em agosto de 2011 o governo do Acre entregou à população cruzeirense uma moderna obra de engenharia - a Ponte da União, que foi assim denominada por consolidar a integração entre dois distritos de Cruzeiro do Sul, bem como permitir a ligação para a BR-364.
    A construção da ponte há muito tempo gerava expectativa na população, principalmente para os moradores do bairro do Miritizal, que viam na obra uma grande oportunidade de desenvolvimento para a comunidade, visto que a barreira natural, Rio Juruá, impedia que o bairro tivesse uma relação direta com o restante da cidade.
    Entretanto, com a conclusão dessa obra gerou-se um grave problema social: os barqueiros, que são conhecidos na região como “catraieiros”, a partir de então se viram desempregados, pois outrora sobrevivem do frete que cobravam para transportar pessoas e veículos entre os dois distritos. Levando em consideração esse fato, a pergunta que faço é: A construção da “Ponte da União” foi socialmente justa? Há alguma forma de amenizar o problema social que foi gerado?
    Para grande parte da população a construção é justa sim, pois trouxe muito mais consequências positivas que negativas. Para eles, nossa cidade merecia uma obra desse porte. Os moradores do bairro do Miritizal foram “integrados” à cidade de Cruzeiro do Sul e passaram a ter varias possibilidades, novas vias, terras mais valorizadas, fácil acesso ao 1° distrito, entre outras. Além disso, a ponte facilitou o acesso à BR-364 através da Variante, o que antes era bastante difícil.
    Quanto aos barqueiros, acredito que a construção da ponte não foi totalmente justa uma vez que os deixou desempregados, e não levou em consideração que essas pessoas geralmente não têm grau de instrução, o que dificulta ainda mais a possibilidade de conseguirem ingressar em outra forma de trabalho. No entanto, é preciso entender que isso é uma das consequências do desenvolvimento e que jamais se poderia pensar em deixar de fazer uma ponte que beneficiaria a maior parte da população devido a um pequeno número de pessoas que ficaria desempregada.
    Portanto, é inevitável termos progresso em nossa cidade sem as consequências que o desenvolvimento gera. Mas para tudo há uma solução. Tenho certeza que com as iniciativas governamentais, os ex-barqueiros serão reintegrados ao mercado de trabalho e assim a “Ponte da União” não ira unir só distritos, mas também pessoas.

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  6. Olimpíada de Língua Portuguesa 2012 - Crônica

    Futebol na minha rua

    Adejamerson Silva, 1º “A”

    Sábado à tarde, geralmente depois das três, a rua onde eu vivo vira um campo de futebol. É uma alegria imensa. Não importa a idade, nem o sexo, é velho, jovem, menino, menina, todos querem jogar, participar dessa grande festa. Uns fazem as traves e outros marcam a área para a bola rolar. A quadra está pronta, é uma alegria imensa.
    Ao jogar a bola, um grita:
    - Toca a bola seu enrolão!
    Quando passa um carro, eles param de jogar, mas rapidinho o jogo volta ao normal. “Faz o gol!”, “Pega doido!”, “Manda outro babaquinha pra jogar com a gente!”
    Começa outra partida, a zaga vibra de alegria, esperando o gol. Mas a bola sai pra fora. Mesmo assim, a alegria ainda continua.
    O jogo empata, e ansiosos vão para os pênaltis. O Alma chuta a bola e..., é gooool! A alegria é pouco para explicar o que eles sentem.
    Não percebo o resto, saio andando também alegre com a alegria daquela galera.

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  7. Olimpíada de Língua Portuguesa 2012 - Crônica

    O rio Juruá

    Uêndila de Lima,1º “A”

    Aqui onde eu moro não tem shopping, nem mar, nem edifício de luxo. Mas tem um rio, um rio velho e pacato, que faz a alegria da galera. Uma galera que brinca de tudo que se pode imaginar nas suas águas barrentas, nas suas praias de areia branca.
    Ali, se brinca de pega-pega, de salto mortal, de medir fôlego, da pira. Nas suas águas, a meninada se transforma em peixe. Esse rio é melhor que piscina, todo mundo se diverte na sua água quente e gelada.
    Mas de repente chega a noite e as pessoas vão embora. O rio fica triste, calado, solitário, à espera que chegue um novo dia e as pessoas possam nele se alegrar novamente.
    Pessoas vêm de todos os lugares de onde se possa imaginar para admirar o nosso maravilhoso rio, o meu maravilhoso rio, o rio que me viu crescer, que por diversas vezes me banhou com suas águas frias e calmas, que fez a minha alegria.
    Peixes, cobras, botos e ferozes jacarés moram dentro dele, mas não me causam medo e sim prazer de ver como é lindo o meu rio Juruá.

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  8. Olimpíada de Língua Portuguesa 2012 - Crônica

    Primeira crônica produzida pela aluna Aline Andrade do 1º “A” nas oficinas da OLP. A Aline é semifinalista da Olimpíada de Língua Portuguesa com o texto “No casulo de agosto: onde a metamorfose acontece”. Mais uma vitória da escola Craveiro Costa.

    É no sábado!

    E era mais uma manhã de sábado, ou melhor, mais uma manhã de feira. Calçados, roupas, canetas, relógios e outras bugigangas atrelam-se sobre lonas em meio à calçada, e dela ecoam gritos dos feirantes, que mais parecem ter um microfone no lugar da popular campainha: “Hoje é torra-torra total de estoque! Leva três, paga duas. Mulher bonita não paga, mas também não leva!”. Gritavam desesperados por clientes sob um sol tipicamente equatorial. E surgem poetas ao acaso: “Vamos lá, vamos comprar! Tem calçado pra ele e pra ela, pro pé dele, pro pé dela, pro moço e pra donzela, pro príncipe e pra cinderela!”
    Mas é além dos carros estufados de verduras e legumes, típicos da região, com suas águas barrentas que está o Juruá, o mais belo e original plano de fundo que poderia existir naquela movimentação semanal, muitas vezes, despercebido pelos que ali passam.
    Dona Raimunda perdia-se em meio à multidão. Andava de lá pra cá, de cá pra lá. Olhava, mexia, remexia, analisava cada detalhe das mercadorias e... não comprava nada. Era frequentadora assídua da feira. Nunca comprava, mas sempre estava lá. Ninguém sabia ao certo quem era. Devia ter uns cinquenta anos e algum emprego em um local muito fechado, pois parecia passarinho saltitante que acabara de sair da gaiola.
    Ninguém entendia o porquê de ela estar ali, mas ninguém a questionava.
    Um dia, porém, surpreendeu todo mundo, e como se fosse de praxe, uma roupa ela... comprou! E o dinheiro, entregue ao feirante, tranquilamente...
    De relance, olho para o lado e passa um homem carregando galinhas dependuradas pelos pés, ainda vivas, algo diferente de como é nas grandes cidades, onde são compradas congeladas em refrigeradores de modo que ninguém lembra que um dia foram seres vivos, felizes e livres.
    E assim, entre tanta movimentação capitalista, dona Raimunda também busca seu lugar ao sol, e só quer ser livre...
    Aline Andrade

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